domingo, 5 de setembro de 2010

Brincar é coisa Séria!


É brincando que as crianças desenvolvem as habilidades, a criatividade e a inteligência cognitiva.
Por Kátia Michelle Pires

“Brincar é muito importante para a criança, emocional, social e afetivamente”, explica a psicanalista Mônica Bigarella
Foi vendo os seus filhos e netos brincarem que estudiosos como Jean Piaget e Sigmund Freud desenvolveram teorias e conceitos acerca da infância que ajudaram – e ainda ajudam – a entender sobre o universo infantil e seu desenvolvimento. Não à toa. Brincar é uma das questões mais fundamentais da infância. Uma prática que deve ser estimulada pela família e pela escola. “Brincar é muito importante para a criança, emocional, social e afetivamente”, explica a psicanalista Mônica Bigarella, que faz um alerta: “Ultimamente muitas crianças estão deixando o brincar de lado por conta das diversas atividades a que são submetidas”.
Para ela, o excesso de atividades dirigidas durante a semana (esportes, línguas estrangeiras e outras atividades que preenchem a agenda da criança) e a necessidade de acompanhar os pais nos finais de semana em compromissos familiares não estão dando tempo adequado para que a criança possa brincar livremente. “É brincando que a criança desenvolve as habilidades, a inteligência cognitiva e principalmente a capacidade de criar”, reforça Mônica. Dentro desse universo, existem vários tipos de brincadeiras que contribuem para o desenvolvimento. Desde brincadeiras com sucatas, com peças desestruturadas escolhidas pelas crianças, até brincadeiras orientadas com jogos pedagógicos. O importante é que a criança sinta-se livre para criar”, diz a psicanalista.
E engana-se quem pensa que a criança não está desenvolvendo conceitos enquanto brinca. A psicóloga e artista plástica Cristina Tarran costuma lançar mão de vários conceitos educativos para trabalhar de forma lúdica com as crianças. Cristina ministra oficinas de brinquedos de sucata em Curitiba e aproveita o material para trabalhar dificuldades psicomotoras, conteúdos disciplinares e até questões de comportamento. "Primeiro, é preciso que a criança sinta-se à vontade para trabalhar com os diversos materiais que são oferecidos a ela. Materiais que podem ser encontrados no dia a dia, como caixas de leite, garrafas pet e outros recicláveis", ensina a professora.
Quando as crianças estão brincando, construindo brinquedos com as sucatas, que várias questões podem ser trabalhadas, como as dificuldades em matemática, por exemplo”, diz Cristina. Ela revela que quando as crianças apresentam dificuldade de aprendizagem podem sanar esses obstáculos através da brincadeira. “Sempre estimulo a contagem durante a brincadeira. Digo, por exemplo: quantas pastilhas de mosaicos precisamos pintar?”, conta Cristina complementando: “Quando as crianças se dão conta, resolvem vários problemas brincando”.

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